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2012 - Livro Vermelho 2013

Paepalanthus argenteus var. elatus (Bong.) Hensold DD

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 04-10-2011

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Sem informações para avaliação. Considerada "Extinta" (EX) para a Lista de Minas Gerais, porém reencontrada em 2008, com uma única população, na região Serra do Cipó. Características da inflorescência e das flores aproximam este táxon da variedade típica, P. argenteus var. argenteus, especialmente às subpopulações ocorrentes no norte da Serra do Cipó.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Paepalanthus elatus (Bong.) Körn.;

Família: Eriocaulaceae

Sinônimos:

  • > Paepalanthus argenteus var. elatus ;
  • > Dupatya elata ;
  • > Eriocaulon elatum ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

A lógica para reconhecimento taxonômico de P. argenteus var. elatus é o aparente status de "forma relictual", ao invés de uma forma com radiações recentes. As usualmente acuminadas e relativamente longas bainhas, e também os pedúnculos glabros e grossos, são parecidos com os de P. calvulus. No entanto, várias características avançadas da inflorescência e das flores ligam este táxon as típicas P. argenteus, em particular às subpopulações relativamente isoladas do norte do Cipó. As brácteas involucrais são uniformes e estritamente lance-acuminadas de cor ouro, as brácteas florais em forma de espátula com pequenos tufos de tricomas, as sépalas obovadas com pontas de afiadas a acuminadas e uma cama densa de tricomas em sua superfície, e as muito longas estipes da corola, são mais fortemente desenvolvidos em var. elatus do que em qualquer planta de var. argenteus (Henslod, 1988)

Dados populacionais

Echternacht et al. (2010) encontraram duas subpopulações, uma representadapor não mais de 10 indivíduos no vale de Fechados, e outra representada por maisde 100 indivíduos, no vale do Andrequissé.

Distribuição

A espécie ocorre no bioma Cerrado, exclusivamente no Estado de Minas Gerais (Giulietti et al., 2010). Echternacht et al. (2010) reencontraram a espécie depois de 183 anos. Os mesmos autores sugerem que a localidade tipo, descrita como Serra da Lapa, possivelmente faz menção a Serra do Cipó. A espécie foi coletada em julho de 2008 em Fechados, no município de Santana do Pirapama, na porção Noroeste da Serra do Cipó.

Ecologia

Coletada em novembro, com brotos e inflorescências na fase de frutificação presentes na mesma planta (Hensold, 1988). Em Santana do Pirapama, a espécie foi reencontrada vivendo simpatricamente com P. argenteus var. argenteus, sugerindo um isolamento reprodutivo entre ambas as variedades. Novos estudos devem investigar se ambos os táxons devem ser considerados como diferentes espécies ao invés de variedades da mesma espécie. Os indivíduos da espécie foram encontrados em afloramentos rochosos entre vegetação herbácea e arbustiva, em solo rochoso-arenoso (Echternacht et al., 2010). As Eriocaulaceae constituem a comunidade herbácea dominante nos campos rupestres, crescendo principalmente nos solos arenosos, juntamente com Gramineae, Cyperaceae e Xyridaceae (Menezes; Giulietti, 1986 apud Scatena; Rocha, 1995). A maioria das espécies ocorre em solos arenosos úmidos ou secos, de pH ácido. A família é caracterizada pelo hábito em roseta (morfologicamente) de onde partem escapos, portando inflorescências do tipo capítulo, talvez a característica mais importante da família (Bosqueiro, 2000). Segundo Giulietti; Hensold (1990) as inflorescências de Eriocaulaceae são monóicas, constituídas por pequenas flores díclinas.

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade high
Detalhes De acordo com Costa et al. (2008), representantes de Eriocaulaceae ocorrem, na sua grande maioria, em áreas de Campo Rupestre, nos campos entre os afloramentos rochosos em meio a uma matriz graminóide. Estas áreas na região da Cadeia do Espinhaço têm sofrido enorme pressão agrícola e pecuária. Grandes e pequenas propriedades têm cada vez mais avançado sobre estas terras na intenção de expandir as pastagens e as áreas de cultivo, inclusive com uso de fogo. Outro problema muito frequente é a atividade de empresas mineradoras. Além do grande impacto que causam no ambiente como um todo, em geral seu modo de operação consiste, de início, justamente na retirada das camadas superficiais do solo, sobre as quais encontram-se instaladas as espécies herbáceas. A distribuição geográfica das espécies, geralmente restrita a pequenas áreas, associada à destruição do habitat (fogo, garimpo, mineração, expansão da agricultura e pecuária) e ao extrativismo de semprevivas, contribuem para que Eriocaulaceae seja uma das famílias mais ameaçadas dos Campos Rupestres do Estado de Minas Gerais (Costa et al., 2008).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade very high
Detalhes Entre o século 16 e a década de 1960, os Campos Rupestres naturais de Minas Gerais foram reduzidos de 29.000 para 5.000 km² (Magnanini, 1961 apud Alves et al., 2007).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Considerada "Provavelmente Extinta" (PE) pela Lista vermelha da flora de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997).

Referências

- ANDRADE, M. J. G., GIULIETTI, A. M., RAPINI, A. ET AL. A Comprehensive Phylogenetic Analysis of Eriocaulaceae: Evidence from Nuclear (ITS) and Plastid (psbA-trnH and trnL-F) DNA Sequences. Taxon, v. 59, n. 2, p. 379-388, 2010.

- MOLDENKE, H. N. Additional notes on the Eriocaulaceae. LXXXVI. Phytologia, v. 53, p. 305-348, 1983.

- HENSOLD, N.; PARFITT, B. D. Chromosome Numbers in Paepalanthus (Eriocaulaceae). Phytologia, v. 58, n. 3, p. 169-171, 1985.

- HENSOLD, N. Morphology and Systematics of Paepalanthus Subgenus Xeractis (Eriocaulaceae) Morphology and Systematics of Paepalanthus Subgenus Xeractis (Eriocaulaceae). Systematic Botany Monographs, v. 23, p. 1-150, 1988.

- ANNE LÍGIA DOKKEDAL BOSQUEIRO. Estudo Fitoquímico e Implicação Taxonômica em Paepalanthus Mart. (Eriocaulaceae). Tese de Doutorado. Araraquara, SP: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2000.

- DOKKEDAL, A. L., LAVARDA, F., SANTOS, L. C., ET AL. Xeractinol - A New Flavanonol C-glucoside from Paepalanthus argenteus var. argenteus (Bongard) Hensold (Eriocaulaceae). Journal of Brazilian Chemical Society, v. 18, n. 2, p. 437-439, 2007.

- ECHTERNACHT, L.; TROVÓ, M.; SANO, P. T. Rediscoveries in Eriocaulaceae: Seven Narrowly Distributed Taxa from the Espinhaço Range in Minas Gerais, Brazil. Feddes Repertorium, v. 121, n. 3-4, p. 117-126, 2010.

- SCATENA, V. L.; ROCHA, C. L. M. Anatomia dos Órgãos Vegetativos e do Escapo Floral de Leiothrix crassifolia (Bong.) Ruhl., Eriocaulaceae, da Serra do Cipó - MG. Acta Botânica Brasílica, v. 9, n. 2, p. 195-211, 1995.

- CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL, MINAS GERAIS. Deliberação COPAM n. 85, de 21 de outubro de 1997. Aprova a lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do Estado de Minas Gerais, Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, Diário do Executivo, Belo Horizonte, MG, 30 out. 1997, 1997.

Como citar

CNCFlora. Paepalanthus argenteus var. elatus in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Paepalanthus argenteus var. elatus>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 04/10/2011 - 17:14:56